Sempre que olho entre as paredes do meu próprio ser, meu próprio eu. Olho com os olhos fechados por minha alma e meu coração. Olho meu passado minhas decisões nos últimos dias, semanas ou meses, e pergunto-me se mesmo com todas as pedras espinhos e pântanos que tive de atravessar, e mesmo nos desertos que me perdi e ali quase surtei em minha própria incerteza, em minhas próprias reflexões, mesmo ante a tudo isso se alguma coisa eu faria diferente, e uma voz rasante que emerge de meu peito pulsante em sentimentos de amor e ódio, também próprios do ser humano. Essa voz deveras voraz que ecoa dos sub-mundos do meu ser diz “Não” eu não faria nada diferente. E esse “Não” não é um Não, de egoísmo ou egocentrismo dizendo que em nada errei e em tudo acertei. É um não de que se mesmo em erros e acertos cá estou, onde estou, e se estou feliz como de fato estou, presumo que mesmo quando errei acertei, sabendo-se que no montante meus passos aventuras e desventuras me trouxeram onde estou.
Eu sabia que de fato tudo isso viria, sabia que algo vindo do nada como Deus tanto me confundiria. Não que não me importo com as tradições e religiões, mas é como se alguém roubasse minhas sandálias e já não houvesse mais como caminhar, sem me machucar.
Alguns me criticam, em vozes escondidas, me espiam da escuridão. Mas quando eu penso no que eu poderia perder as outras opções desaparecem, se eu pudesse escolher de novo, eu me escolheria outra vez, escolheria o Diabo. Vocês falham ao imaginar apenas um tolo pensaria essas palavras. Mas eu me canso fácil quando tudo se resume em lutar contra meus próprios propósitos minhas crenças e descrenças, lutar contra mim, em um espelho sempre sou eu quem sai ferido. Por isso deixo a matilha, por isso sempre deixo o bando. É meu e deixo aqui minhas humildes desculpas para quem fica, e sente claro, a minha falta.
Em pratos limpos é isso que faço. Hum.. Eu e minhas grandes idéias, mas na verdade ninguém percebe as escolhas que faço em meu próprio interior. Ninguém pode ver dentro da minha alma por que não sou desse tipo. Eu desejaria ser mais discreto como uma coruja que vê a noite e vê o dia.
Não que não em importe ou dê de ombros aos rituais e as tradições milenares. Longe de mim, que seja santo, enquanto de fato for santo. Que seja santo o que se Mantiver em santidade, e em respeito aos mortos me ponho em confronto ao desespero dos templos gritantes.
Como os Reis católicos Bizantinos ou góticos, tanto faz o tempo se faz lembrar, “Pague e seja Perdoado” Isso perdura e resiste ao tempo e se alimenta da ignorância de quem ora em voz alta, assim espalhando a “luz”
Em uma só vida em uma só chance de despertar sua alma neste mundo, existe um incessante
Desejo de controle que na verdade acaba em um profunda frustração, se meus pés são tão fortes e ágeis por que não deixar caminhar? Agora já não existem motivos para me prostrar, nem motivos para parar de andar, e deixo que essa imensa entrada que é minha vida, me levar para longe.
